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Grupo Paulista de Fitopatologia, Summa Phytopathologica, 2(41), p. 160-160, 2015

DOI: 10.1590/0100-5405/1954

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Primeiro relato de Ceratocystis fimbriata causando seca em Acrocarpus fraxinifolius no Brasil

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Abstract

O Acrocarpus fraxinifolius Wight & Arn pertence à família Fabaceae, subfamília Caesalpinioideae, tem como sinonímia botânica Acrocarpus combretiflorus é popularmente conhecido como cedro indiano. O cedro indiano produz madeira dura, de cerne avermelhado, utilizada em construção, mobiliário e produção de celulose. Esta espécie de árvore também pode ser usada em consorcio com outras espécies cultivadas, como o café. Em 2012 plantas de cedro foram encontradas apresentando sintomas de murcha e seca na região de Avaré (SP/Brasil) (Figura 1). Estes sintomas podem ser causados por Ceratocystis spp. patógeno que vem causando problemas em culturas de importância econômica. O fungo Ceratocystis sp. coloniza o sistema vascular (xilema), causando sintomas iniciais de perda de coloração das folhagens, murcha e, conseqüentemente, morte da planta. Fragmentos do caule de cedro com sintomas foram coletados e colocados sobre isca de cenoura em câmara úmida e incubados a 25 ± 2 o C sob fotoperíodo alternado. Após formação de peritécio, uma porção de massa contendo ascósporos foi transferida para meio MEA (Malte, extrato de levedura e agar) para formação de colônias que foram incubadas nas condições anteriores. Dez dias após, observou-se a formação das estruturas de reprodução do fungo, que foram mensuradas utilizando-se sistema de vídeo-câmara Opton, modelo TA-0124XS, instalada em microscópio óptico. A imagem foi transmitida para computador e analisada por meio do programa EDN-2. Para a calibração do equipamento, utilizou-Figura 1. A. Tronco de cedro indiano retirado do campo com sintomas de Ceratocystis sp.; B. Muda de cedro indiano com seca de ponteiro (a esquerda) após a inoculação de Ceratocystis sp e planta testemunha sadia (a direita).; C. Escurecimento dos vasos da plantas inoculada (a esquerda) e planta testemunha sadia (a direita). se uma lâmina micrografada (Carl Zeiss®). Foram mensuradas 100 unidades de cada estrutura produzida pelo patógeno. O peritécio escuro e globoso apresentou medidas de 155,65 x 142,16 µm com rostro longo (542,76µm). Os ascósporos apresentavam formato típico de " chapéu " com as dimensões de 5,43 x 4,14µm. Foram observados clamidósporos (12,13 x 15,10 µm) e endoconídios cilíndricos (18,03 x 3,49 µm) (Figura 1). As características morfológicas indicam que o isolado do fungo obtido pertence à espécie Ceratocystis fimbriata. A região ITS1 e ITS4 do isolado sequenciada apresentou 97% de similaridade com isolado de C. fimbriata raça C2041 (AY585345). A inoculação do isolado nas plantas foi realizada com disco de meio MEA, colonizado pelo fungo (1 cm), com 10 dias de crescimento. O disco foi introduzido em um ferimento realizado no caule (20 cm acima do solo) de mudas de cedro, com aproximadamente 7 meses de idade. Plantas também foram inoculadas somente com um disco de meio MEA, sem estar colonizado pelo fungo, como testemunha. As plantas inoculadas foram mantidas em casa-de-vegetação, com temperatura média de 27ºC. Os sintomas de murcha causados por C. fimbriata foram observados 30 dias após inoculação e a morte da planta 90 dias após a inoculação (Figura 1), o fungo foi obtido, novamente, do caule de cedro com sintomas em meio de cultura MEA, confirmando a patogenicidade. Assim, este é o primeiro relato de Ceratocystis fimbriata Ellis & Halsted em cedro indiano no Brasil.