INTERFACES DA EDUCAÇÃO, 32(11), p. 764-790, 2020
DOI: 10.26514/inter.v11i32.4029
As transformações digitais têm provocado alterações na Educação, mas ainda não disseminadas. A compreensão da natureza, limites e potencialidades dessas transformações, exige um repensar das epistemologias e das teorias de aprendizagem. Propomos um quadro de interpretação dessas alterações, que encara o ensinar e o aprender enquanto percursos que se coengendram num habitar e co-habitar cada vez mais atópico, em contextos híbridos e multimodais. Por meio desse quadro, é possível compreender a transformação digital na Educação enquanto deslocamento disruptivo num espaço-tempo de interações ecossistêmicas de inovação. Este quadro de interpretação nasce do cruzamento das contribuições de Di Felice sobre os movimentos epistemológico do processo de digitalização que nos leva a uma nova condição habitativa, pós-urbana e atópica, originando epistemologias reticulares; e da perspectiva dos ecossistemas educacionais como sistemas vivos e cognitivos de Capra, Latour e Di Felice, onde se conectam diferentes ecologias, para além das humanas.