O ecocardiograma é fundamental para o diagnóstico e tratamento das doenças cardiovasculares. A avaliação da função diastólica do ventrículo esquerdo constitui um grande desafio, sendo utilizadas várias técnicas ultrassonográficas conhecidas, tais como o Doppler pulsátil do fluxo mitral, o Doppler tecidual e o strain miocárdico, com o objetivo de estimar de forma não invasiva a pressão de enchimento do átrio esquerdo. Apesar de amplamente disponível, essa abordagem possui várias limitações e não representa de fato as propriedades intrínsecas do músculo cardíaco. Nesse contexto, a elastografia cardíaca surge como uma forma de estimar a rigidez miocárdica de forma não invasiva, ao estudar a velocidade de propagação de ondas de cisalhamento no tecido cardíaco. A elastografia já é amplamente utilizada na avaliação da rigidez de outros tecidos, como tireoide, fígado e mama. No âmbito da avaliação cardiológica, essa técnica já foi empregada com sucesso em doenças como amiloidose cardíaca e cardiomiopatia hipertrófica. Este artigo visa revisar os principais conceitos associados a essa técnica promissora e expor as experiências publicadas de serviços nacionais e internacionais.